Concerto de lançamento do CD "Mulheres Compositoras em Concerto"
Local: Teatro da Unibes Cultural
Endereço: Rua Oscar Freire, 2500 (estação Sumaré do metrô)
Breve Descrição:
Obras musicais compostas por mulheres são pouco tocadas e, portanto, pouco conhecidas. Verdadeiras joias musicais muito bem escritas mereceriam ser mais divulgadas porque, certamente, encantariam o público e os estudiosos.
Apesar de serem conhecidos nomes da música antiga, como o de Hildegard Von Bingen (século XI) e Barbara Strozzi (século XVII), suas obras não fazem parte do repertório habitual. Mesmo um nome consagrado, como o de Clara Schumann, não tem sua música muito interpretada.
Pesquisando, Muriel Waldman, regente e diretora da Orquestra de Cordas Laetare, reuniu elementos em comum entre algumas destas corajosas compositoras, concentrando-se nos séculos XIX, XX e XXI e resolveu contar um pouco de suas trajetórias, salientando que, apesar das dificuldades, tiveram sucesso e deixaram um legado através de composições bem escritas, bem estruturadas e agradáveis.
Detalhes e Programa
A maioria mostrou talento desde muito cedo: Clara Schumann começou a compor aos 9 anos, Amy Marcy Beach com 4, Cécile Chaminade com 8, como também Teresa Carreño.
Tiveram que superar preconceitos, às vezes em sua própria família: Clara Gottschalk Peterson ficou completamente à sombra de seu irmão famoso (Louis Moreau Gottschalk) que compôs, entre outras obras, a famosa “Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro”, muito apreciada pelos nossos pianistas virtuoses.
O pai de Fanny Mendelssohn Hensel dizia que podia até imaginar uma carreira de músico profissional para seu irmão Félix mas, para ela, a música devia ser somente um adorno. A francesa Cécile Chaminade disse, numa entrevista: “para um homem, tudo é normal e esperado. Se uma mulher é artista, atrapalha as normas e, habitualmente, arruína a sua carreira artística”.
A própria Clara Schumann achava difícil conciliar a atividade criadora com seus outros afazeres: “antigamente, achava que tivesse talento criativo mas, aos poucos, desisti. Uma mulher não pode desejar compor; nenhuma foi capaz de fazê-lo até hoje: por que penso que eu seria?”.
De fato, todas tiveram que conciliar a família e a carreira. A maioria foi casada e teve filhos: Clara Schumann teve oito; Teresa Carreño, cinco; Fanny Mendelssohn Hensel teve um filho. Algumas, como Clara Schumann, Louise Farrenc e Chiquinha Gonzaga tiraram o seu sustento da música, seja como compositoras, professoras, instrumentistas ou editoras.
Nas palavras de Chiquinha Gonzaga, “quando estreei como compositora de teatro musicado, a imprensa não sabia como me tratar: maestra? Seria lícito afeminar esse termo? Perguntaram... Fui só eu a mulher que escreveu para o teatro, eu só... Fiz o que tinha que ser feito. Se serei lembrada, não sei, que importa?... Hoje e sempre: liberdade com dignidade através do trabalho, muito trabalho”.
A partir desta pesquisa, a Orquestra de Cordas Laetare gravou um CD, incluindo as seguintes peças:
Clara Schumann
- Polonaise op.1, n. 2
Louise Dumont Farrenc
- Impromptu en Si mineur
Amy Marcy Beach
- Gavotte, op. 36, n.2
Fanny Mendelssohn Hensel
- Andante con espressione
Cecile Chaminade
- Scarf Dance
Margareth Ruthven Lang
- Twilight; Starlight
Christine Snowdin
- Aspire for strings
Silvia de Lucca
- Sun d’Oro Suite
Eliana Mangano
- Pavane
Tsippi Fleischer
- Hexapticon III
Clara Gottschalk Peterson
- Staccato Polka
Tereza Carreño
- Andante con larghezza
Chiquinha Gonzaga
- Atraente
Regência:
Muriel Waldmann
Entrada: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)